1. |
Xapa3
03:09
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Serial no beat Score no corte
pego no microfone e é garantido o rock
eles mexem o pescoço elas o pacote
Viemos da velha escola mas não deixámos o estudo
experimentamos novas formas mantendo o conteúdo
intacto no prato apresento o Score
o d.j. mais pequeno no scratch é o maior
Serial a cozinhar com a receita da colheita
para quem andava a procurar eis a batida perfeita
no meu leitor isto sabe a mel
fico fechado no meu estúdio como a Rapunzel
a correr contra o tempo já que não corro no campo
no basket era base titular agora não descolo do banco
do meu escritório enrolo mais um finório
para que fique mais um bem feito no reportório vasto
fecho e abro tasco quando dou-lhe gás
mostarda nesses insosos bazo pela frente mas entro por trás
até ao palco liga a mesa e os pratos
se pagarem o justo hoje não levam com chatos
Serial no beat Score no corte
pego no microfone e é garantido o rock
eles mexem o pescoço elas o pacote
E cá estou eu cada vez mais só cada vez mais são
canto como um preso no meu campo de concentração
condenado á pena máxima assumo o homicídio
matei a minha chance investi na escrita e não no video
faço a barba e até passo por anjo
ando sempre bem disposto mas não me tomes por xanxo
porque o mais louco é o que fala pouco
e acredita é só no palco que fico rouco
esta é para quem nos chupa a piça e não nos curte
magoei-te o cotovelo mete halibut
teatro curto o seiva trupe não papo esse grup
tens de treinar queimares um loop é um insulto
já sou adulto não adultero o público
rimo com e para putos vou assim passando o culto
músico em part-time tiro um rendimento extra
ganho o pão que está na cesta com a labuta de segunda a sexta
não cedo á pressão forçar o dom até ser fútil
vivo o rap e não do rap chama-me inútil
não tiro a carta porque curto-me inspirar na berma
o Nokas disse "pergrino é o a.k.a. do Berna"
omnipresente no país como a crise externa
mc´s ou falam doutros ou de quem governa
entre o esgoto e o estrelato estou no 9º andar
em frente á praia tenho o céu para me inspirar...
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2. |
Alfabetos
04:11
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A mas são verdes deixam-te grog como o Esteves
em corpo apareço ás vezes na mente sempre presente mesmo passado 100 meses
troco o B pelo V não o diz pelo fez
liricalmente incendeio carros no bairro como o povo francês
sem factores C ou favores de editores
isolado mas temido no mercado como um vulcão nos Açores
D para onde der eu não expludo o conteúdo do estudo
agarro o loop no tímpano como o único barulho dum surdo
E como um instinto faminto sinto as palavras
finto inimigos com afinco bombardeio do cimo do céu
F-16 barras não chegam na calha canalha decifrem a malha
a minha batalha é aquela agulha na palha
Gps em formato abstracto sem destino exacto o contracto é o pacto
o respeito é o laço o anjo o Homem o Diabo uma espécie de rato
H2 ópio do povo
respiro rap senão morro na praça como o sócio do porro
Imortal como o clá Mccloud no combate á fraude
decapito o mal em solo sagrado enquanto a gera aplaude
como o J tenho N de notícias
cago o culpado como uma sirene de polícias...são permissas fixas
K A4 no braço caço o compasso num passo
falho trilhos que traço mas não faço o cansaço notar-se
L Dom Quixote a trote a dar capote a roockies
o que me sobra na escrita compensa a falta de truques e groupies
Ando farto de dizer
Primeiro cresce depois aparece
Primeira lição que tens a aprender
é o ABC para fazeres um verso
Mc mostra o teu b.i o que é que te traz aqui
já vi muitos como tu senão fores tu fica a cantar para ti
N como a tv ninguém te vê sê sincero
és triste usas um cap que tapa a casca do Calimero
O blá anda cá para mim não há pas-toi
podes chamar esses manos que eles achantram com o papá
neste Prt eu controlo a solo
os vossos dealers partem peças ao ritmo deste monólogo
Q é sempre a 30 enquanto a tinta te finta
clicka gosto na tua a minha cena é distinta
R.a.p. do puro sem acessórios no desfile
trago skill rimas 1000 cinzentas como o Ventil
Sg filtro o óbvio pacóvio
com o meu histório pródigo prevejo-te de um modo metódico
Tethrahydrocannabinol
ficas mole na minha ausência encarno o eclipse do Sol
U.f.o. trago o pó radioactivo
antes o certo era a morte após o toque ficas vivo
V a luz que seduz como Jesus Cristo na cruz
aterrorizo mentes de bonecos com técnicas voodoo
W ao cubo.com tráfego ilimitado
servidor que clone o link tem o meu sítio bloqueado
com um X fiz o traço da mediatriz a giz
na hora infeliz em que surgi matar-te não quis
Y grego filósofo-retórico-masoquista
nível Zero estuda a Arte quiçá um dia serás Artista
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3. |
Tás Feito
02:43
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Nunca fui o melhor nem o quero ser
prazer sou o Berna muito gosto em conhecer
já me ouviste?tás em vantagem
uma palavra minha corresponde a mil imagens
ofereço-te paisagens credito o paraíso como uma agência de viagens
o pagamento é estares atento
se falo a correr tens direito a uma paragem...
só pra respirar um coche quando escrevo legalizo não sou o Peter Tosh
mas tenho uma costela sóbrio quando fumo...tabaco é naquela
do meu quarto bombo tu e o meu vizinho sabem que dou estrondo
tira-me o sono caio redondo no Rap
assusto o povo como as medidas do Pec
a verdade é como eu dói mas depois sara
e é com ela ao despertar que eu lavo a cara
não ligo a ninguém não me aches convencido
ando distraído com um diferente objectivo
tenho medo da morte se me deito insatisfeito
não vivo adormecido nunca digo tá feito!
Não vivo adormecido nunca digo tá feito
tá feito jeito não tens faz mais peito
tás feito apanhei-te feito com o teu grupo tás feito
achas que tá feito?deves tar maluco
Gajos têm 9 vidas eu só tenho uma
já vi a vossa onda vão-se enrolar na espuma
nasci em Aldoar...agora que me lembro nunca te vi em Aldoar
claro que sei da minha crew é so dar-lhes o toque
não queiras violência acaba-se o hip-hop
tu confundes poesia com exibicionismo
e essa cara de mau é mais um preciosismo
pareces um skinhead num grupo és o leão sozinho o patinho
rimo ao som do violino enquanto fodo-te o focinho,
metaforicamente não sou magrinho
tás na boca do lobo
queres me vê-lo fazê-lo mas quando cuspo é fogo
ficas reduzido a pó
como o bairro do Aleixo ao demolir não tenho dó
repito como o "Saw" qual o próximo morto
homicida anónimo só podia vir do Porto
atrás o beat tá no ponto
á frente quilos de barras para essas de meio conto
Não vivo adormecido nunca digo tá feito
tá feito jeito não tens faz mais peito
tás feito apanhei-te feito com o teu grupo tás feito
achas que tá feito?deves tar maluco
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4. |
Quim
03:39
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Ele nasceu no Porto no Hospital São João
antes de ser baptizado já era sócio do Dragão
o Pai dele era o Nando mas ele ficou-se por Quim
a Mãe bulia por turnos da Rua do Bonjardim
com poucos meses falou e soletrou P.u.t.a.
até a Avó lhe roubava as papas de Cerelac
que a cota comia a ouvir a rádio romântica
baladas do Toni de Matos são partes da sua infância
tinha um brinco de ouro que o irmão o roubou
faz sentido foi o próprio que a orelha o furou
em frente ao retrovisor dum Citroen Ax
era o que tinha desmarcado por baixo do beliche
a kitchenette era um antro de grunhos a partir telas
o seu bairro era isolado como ilhas dos arquipélagos
sair de lá era mentira tinha que se ir a buts
passar por prédios uma bouça e duas escalas no bus
Era uma vez um sócio que conheci
tinha outro andamento o seu lugar não era aqui
o nome dele era Quim e não mandava recados
fazia a festa com pouco o que o tornava engraçado
Ele parava no Rocks e com as betas da Foz
á tarde treinava boxe á noite comprava pó
infiltrava-se em qualquer meio já estava a ficar patrão
cantava sempre de galo pois tinha mais protecção
contactos até da moda vendia coca ao Serrão
ligavam-lhe a pedir sheilas para os estágios da selecção
já estava com outra pausa deixou o papel de peixinho
tinha um iate no Algarve e um terreno no Minho
feiras vinho roupas de linho e Domingos de hipismo
de Verão surfava á noite praticava alpinismo
estava na casa dos 30 andava de roda no ar
até conhecer a Cátia e decidir assentar...
Casou teve 3 filhos acabou-se o glamour
estava efectivo e farto de montar placas pladour
em vez dum maço numa noite só parou no Sá Carneiro
tinha um control na Holanda dum mano do Lagarteiro
e foi para lá em low-cost para trabalhar numa estufa
curtiu comeu de tudo desde rolhas a fufas
instalou-se num bungalow até apranchar-se a uma loira
meio metro mais alta do que ele feia mas grande toura
no emprego chamavam-lhe o "portuguese"
no dia do pagamento faltava para dar uns snifs
na coffee queria dar micos aos filtros que eram de graça
mas nunca se embaraçava mandava-se sempre para a praça
o fim é assim nunca mais vi o Quim
provavelmente ele nem se lembra de mim
tornou-se um cidadão do Mundo no fundo nunca mudou
tentou esquecer quem era mas o bairro nunca o deixou
Era uma vez um sócio que conheci
tinha outro andamento o seu lugar não era aqui
o nome dele era Quim e não mandava recados
fazia a festa com pouco o que o tornava engraçado
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5. |
Grunf
03:16
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Conheci-te através duns putos da Pasteleira
racharam-me a tola inteira por não estares a beira de mim
mas enfim tinha 6 era um cachopo
mas o motivo da violência traumatizou-me um coto
na 4ª classe o Marco levava-te para o intervalo
um dia por causa disso a polícia foi lá buscá-lo
mais tarde andei contigo levava-te só para a cantina
escondia-te bem enrolada no fundo da sapatilha
ao Domingo em cima da escrevaninha a minha cota deixava-te
mas á Segunda-feira acabavas
fui procurar-te em part-time numa multinacional
para simular a pressão dum fino tinha ordens para pôr sal
trocava-te por tiras finas quase pisei o risco
só para estar contigo algo como isto nunca tinha visto
Falo da pasta
por muito que chova nunca basta
a razão pela qual a vida é madrasta
lembro-me como a ganhei onde foi gasta (como é que eu ei de saber)
Falo da pasta
por muito que chova nunca basta
a razão pela qual a vida é madrasta
lembro-me como a ganhei onde foi gasta (gostava eu de te dizer)
Fiz 300 cds contigo em 2001
no meu primeiro álbum nivelaste o meu saldo
usar-te na faculdade ou multiplicar-te num contentor
fiquei-me pela segunda pergunta ao Destruidor
ás 6 na expedição com Turcos e Polacos
para te pouparmos na pausa enrolávamos tabaco
num hotel em Amesterdão por ti limpava quartos
ao segundo dia bazei com medo de apanhar chatos
como os contractos assinados por ti
no meio de tantas cláusulas foste a única que entendi
recebi para alugar camas no turno da madrugada
a futebolistas sem b.i...."assina aí eu não vi nada"
avariaste-me ao telefone num call-center
antes de entrar fazia um reset e premia enter
engoli o orgulho não sou tolo para mentir
já não sei ficar a viver parado sem te ver cair
Falo da pasta
por muito que chova nunca basta
a razão pela qual a vida é madrasta
lembro-me como a ganhei onde foi gasta (como é que eu ei de saber)
Falo da pasta
por muito que chova nunca basta
a razão pela qual a vida é madrasta
lembro-me como a ganhei onde foi gasta (gostava eu de te dizer)
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6. |
Ser único (com Ace)
03:33
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Se podia estar melhor é óbvio que podia
quanto mais etapas queimo mas elevo a fasquia
nunca dei um passo em falso sem aprender a lição
tenho o curso da vida essa a minha formação
deram-me uma tábua e eu trouxe-a sem pregos
mas já vinha esburacada não apagava os meus erros
com pouco sabes que lanço os foguetes e ris-te á brava
mas quando estou em baixo confesso-me na madrugada
e não me vês quando saio estou sempre na tanga
quero-te ver a rir como um puto ri-se do Panda
ando farto do drama surpreende-me com algo freco
fazes truques com a bola só não a metes no cesto
há que ser pragmático e positivo
fala-me do amanhã que o resto é tempo perdido
para mim só a Natureza não merece explicação
aprendi a ouvi-la por isso não falo em vão
Falo-te a brincar mas rimo-te a sério
para matar o tédio rir é o melhor remédio
esta bipolaridade faz de mim um ser único
continuo lúcido apesar de ser músico
Falo-te a brincar mas rimo-te a sério
para matar o tédio rir é o melhor remédio
esta bipolaridade faz de mim um ser lúcido
continuo único apesar de ser músico
Tenho um tecto amor e a benção de ser eu
agarro a vida em homenagem a quem morreu
não me fixo na palha dedico-me a causas nobres
quanto mais procuras a agulha mais te fodes
bebe este poema como um néctar divino
não fales comigo olha para o que eu digo
nas letras não sou um palácio nem tu um boi
o que é que foi?não faças de mim vedeta
estuda mais que eu estudei chora menos que eu chorei
um sapo de dia um príncipe em casa no palco o rei
não agradeço o vosso apoio sem desculpar o meu feitio
aprendi na retranca a falsidade fez-me frio
troco o elogio fútil pela crítica sincera
mostra que és um indivíduo não o que pensa a tua gera
na diferença da partilha caminhamos num só trilho
da discussão vem a luz e eu preciso desse brilho
Falo-te a brincar mas rimo-te a sério
para matar o tédio rir é o melhor remédio
esta bipolaridade faz de mim um ser único
continuo lúcido apesar de ser músico
Falo-te a brincar mas rimo-te a sério
para matar o tédio rir é o melhor remédio
esta bipolaridade faz de mim um ser lúcido
continuo único apesar de ser músico
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7. |
O medo de perder
03:10
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Escola da vida onde o ensino é obrigatório
sai á rua e respeita o código por ela imposta
é tão fácil apontar a saída
complicado é pensar com clareza enquanto aperta a barriga
os putos crecem com o nome de "problemáticos"
baptizados pelos Pais do sistema isso é sarcástico
pois o mal vem de cima
proteger quem tem futuro e foder quem não tem essa é a doutrina
já vi paisanas a roubar ganzas a traficantes
por isso é que o bairro não é como era dantes
ex-reclusos são chulos da própria Mãe cá fora
jovens em Custóias preferem de lá não ir embora
Porquê?na choça a comida é de graça
e cá fora a realidade fica enquanto o tempo passa
não é o mais forte que sobrevive
mas sim quem decide evitar esta nova P.i.d.e.
Por trás do betão se põe o Sol
aqui em vez de relva nascem rimas lágrimas contidas
secam-te o corpo queimam-te a alma
e o medo de perder passou a ser o maior trauma
nesta selva és a fauna protege os teus com garra
corta a corrente que nos amarra
a um Mundo que tira mas não dá nada
é um estilo de vida que não acaba
Volto ao bairro não conheço ninguém já tinha dito a vida muda
e a inocência foi levada pela chuva
nasceram filhos morreram estrilhos
no olhar de muitos apagou-se o brilho
mas quem queria aquela sina
fumar beber roubar vender e fazer disso rotina
tenho saudades do convívio á luz da Lua
Aldoar Fonte da Moura esta letra é tua
tudo o que sei hoje aprendi na rua
e com o aumentar da pressão o instinto acentua
a rusga continua e a censura é mais forte
é a razão de não veres no Top o puro Hip-Hop
aquele que fere os ouvidos mas abre os olhos
aquele que fala de mim mas é para todos
Mariano Bertinho Lúcio e Gago
sou a janela dessa cela e espero que recebam o recado
Por trás do betão se põe o Sol
aqui em vez de relva nascem rimas lágrimas contidas
secam-te o corpo queimam-te a alma
e o medo de perder passou a ser o maior trauma
nesta selva és a fauna protege os teus com garra
corta a corrente que nos amarra
a um Mundo que tira mas não dá nada
é um estilo de vida que não acaba
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8. |
Jardim no inferno
04:52
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A cidade está a dormir lá fora a chuva cai mais um rima sai
em busca da paz de espírito batalha por entre o smog
do sono colectivo tiro-te só espero que ela me acorde
pela brisa da janela sinto um sussurro no ouvido
que me obriga a escrever tudo o que nunca foi lido
transmito-o sem complicar facilito a interpretação
minimizo a poesia sem cair em repetição
cada encontro é um som cada dia uma pauta
hipnotizante como o sopro duma flauta
acordo sobresaltado pelo teu chamamento
chocas-me belisco o braço tem calma ainda estou sonolento
será real a legendagem da imagem que projectas
provocas a dilatação das pálpebras
leva-me a ver o teu jardim no Inferno
pinto vocábulos em montanhas nas folhas do meu caderno
Passo dias agarrado ao meu caderno
paro o tempo e adormeço num momento eterno
largo o caos e os dias maus não são complicados
ao criar vejo que a vida faz-se aos bocados
Espelho meu espelho meu
acompanhaste-me nas trevas na procura do meu eu
nunca deixei-te no pânico
tentação e fuga foi um duelo titânico
saltámos barreiras quebrámos fronteiras
iluminámos plateias em noites de lua cheia
voltei á essência do teu efeito
acordar amnésico sem noção de qualquer conceito
quando me deito nesse leito afogo os hábitos
por isso não foste bem aceite por tantos sádicos
elevei o teu respeito mostrei-te a sábios
não reconhecendo a tua face leram-me os lábios
tocaste bairros e ilhas mudaste filhos e filhas
desenhaste o brasão duma nova tribo
quando ensinaste partilhas o teu contraste nas rimas
é a explicação da forma humilde como vivo
Passo dias agarrado ao meu caderno
paro o tempo e adormeço num momento eterno
largo o caos e os dias maus não são complicados
ao criar vejo que a vida faz-se aos bocados
Os meus palácios são muito mais bonitos
e ninguém sabe ao certos os seus caminhos ou sítios
são sempre para lá do Olimpo em terras descamadas
e todos em cristal d'ouro e alabastro roxo
têm grandes jardins suspensos e sem terra
com flores estanques e nunca parecidas
as janelas são fugidias e totais
mas vejo de lá édens desconhecidos
e ao fim do dia há pôr-do-sóis enlouquecidos que só eu contemplo
que soltam luzes cruzados cânticos e perfumes deslembrados
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9. |
Soft power sagrado
02:56
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Mais um dia normal no meu habitat natural
alguns actores mudararm de cenário o resto é igual
a mesma bisga no chão aquele fino fiado ao balcão
o muro da lamentação do desempregado
não me encaixo no tasco nem no cinema ao Domingo
faço compras na net e moro ao lado do Pingo
pergunta ao Fabinho ao fim do mês é certinho
acaba-se a gota renovamos o patrocínio vizinho
pago as contas num dia como um otário qualquer
trabalho como um branco e pago os estudos á minha mulher
sou Pai do meu cota Pai de 2 filhos o Homem da casa
filho duma ex-combatente a sobrevivência é a taça
evito o ócio sócio comigo socializo
saio á rua para comer conviver não preciso
frio como o aumento do iva não tenho hipótese
lutar por mim ou ser mais um a encher o saco de boxe
á noite ponho multidões a cantar os meus refrões
de manhã já estou no shopping a atender reclamações
artista não sou chama-me super-herói
a assegurar a paz noutra galáxia enquanto a minha se auto-destrói
É complicado
estou só nesta multidão
não é de agora já nasci com a mesma sensação
não tenho falta de atenção
ando em contra-mão á vossa direcção
Absorvo como uma esponja raramente bebo cuca
não dou pérolas a porcos que as vendem para dar na fruta
12 anos de recruta á escuta
não ofereças o que vais cobrar como uma puta
caguei na falsa gratidão não me enche a dispensa
com a idade desvias-te da merda com um certo ar de indiferença
tou bem como estou bem como sou sei para onde vou
o que já acabou para ti para mim ainda nem começou
flow á la carte segue a sugestão do chef
não comento sou suspeito como um Afegão no Sef
há comunicação a mais eu filtro o ruído
curto que sintas a música não quero ser teu amigo
estou em silêncio como o meu celular
na aldeia global eu ainda escolho com quero falar partilhar e privar
não me apannhas na rede talvez revele o meu estado
se te encontrar num minuto em que não esteja ocupado
É complicado
estou só nesta multidão
não é de agora já nasci com a mesma sensação
não tenho falta de atenção
ando em contra-mão á vossa direcção
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10. |
Fora de mim (com Expeão)
04:21
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És tão sensual quando te apresentas com esse olhar fatal andas em câmara lenta
a tua imagem entra na minha retina tás tão anos 80 ninguém se aproxima
tão meiga e tão hardcore vejo gotas de suor a escorrer lentamente pelo teu rosto quente
tu tens aquele fogo,tens aquele jogo,tens aquilo tudo que eu quero no fundo
dizes-me ao ouvido que queres fugir comigo,sermos fugitivos íntimos
a minha tentação.adoração...a paixão foi mais forte do que a razão
Ela diz-me coisas ao ouvido que eu não quero ouvir
como sermos fugitivos assaltar um banco e fugir
nos meus braços eu mantenho-te a salvo de todo o mal
porque o meu amor é real
Ela é um perigo,um pecado,deixa-me descontrolado
é um perigo,um pecado deixa-me descontrolado
é um perigo,um pecado deixa-me descontrolado
é um perigo,um pecado deixa-me fora de mim
A atracção é quimica,enganas a ciência,corpo de uma deusa
não te quero tocar,vou beijar o vazio do teu imaginário
contigo o instinto é animal,pratico sexo mental
até ao ponto de sentir a tua pele macia a elevar-me o astral
pecado capital é ninguém te preencher
perdi um lugar no céu não te vou perder
na multidão sobressais,olhar felino traços sensuais
a dançar no meio da pista tou colado a ti
anseias que te sussurre..."vamos sair daqui"
embriagados no nosso suor á primeira vista conheço-te de cor
a lua o limite o calor subiu a pique como o apetite
fruto proibido a razão não te conhece
levito nessa órbita escurece
o feitiço do canto da sereia,envolveu-me caí na tua teia
fico indefeso...a minha balança tem ter o teu peso
cada movimento teu deixa-me aceso
não fales...absorve
lá fora já chove
mas contigo a cada segundo a temperatura sobe
Ela diz-me coisas ao ouvido que eu não quero ouvir
como sermos fugitivos assaltar um banco e fugir
nos meus braços eu mantenho-te a salvo de todo o mal
porque o meu amor é real
Ela é um perigo,um pecado,deixa-me descontrolado
é um perigo,um pecado deixa-me descontrolado
é um perigo,um pecado deixa-me descontrolado
é um perigo,um pecado deixa-me fora de mim
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11. |
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Tudo faz sentido quando consigo rimar
só após eu ter partido é que me vão encontrar
o génio sempre foi esquecido enquanto vive a criar
não passo dum recém-nascido até que a hora chegar
Sou mortal no meu prazer mal sinto o tempo no que faço
porque estou pronto para morrer para deixar isso bem claro
a minha disputa é entre mim e mim não olhes para o que eu como
a distinção vive na luta de teres um O antes do nome
e ser poeta não seres mais alto faço esta música
porque aqui quando um sobe é só para cair na dúvida
para quê êxito se a voz não confirma
atiras para cima a fama e cá em baixo o público ainda nem rimou por cima
estar nisto á muito tempo não equivale ao essencial
há pros no contra para ter pessoal contra o que é pessoal
trabalho assíduo na escrita estou sempre em obras
24 anos não sou de desaparecer em 24 horas
sou de referências tendências mas não compares
o meu talento ao teu desenho engenhos só o são em pares
ímpares a eternidade é forte a morte é certa a vida errada
logo os génios só vivem depois da morte
Tudo faz sentido quando consigo rimar
só após eu ter partido é que me vão encontrar
o génio sempre foi esquecido enquanto vive a criar
não passo dum recém-nascido até que a hora chegar
Não caio no saudosismo parar é morrer
compito contra mim próprio nunca me viste perder
aperfeiçoou este dom afino o tom do meu tema
quero-te provocar um frissom com uma metáfora extrema
subvalorizo a imagem enquanto aguço o engenho
encurtei a margem de lucro mas aumentei o meu ganho
os ouvintes são suspeitos preferem fotos a sons
cerimónias há muitas mestres restam poucos bons
letras sem sequência e batidas mal conseguidas
rimas sem trocadilhos e ideias já repetidas
jogar simples é difícil fácil é complicar
há mais cantores de bastidores do que poetas no palco a cantar
um olhar faz mais sentido do que dois braços no ar
o que são cashets cds se perderes o poder de inovar
passo o pregaminho aos putos em 100 talvez 1 leia
a rota do meu testamento num dia de maré cheia
Tudo faz sentido quando consigo rimar
só após eu ter partido é que me vão encontrar
o génio sempre foi esquecido enquanto vive a criar
não passo dum recém-nascido até que a hora chegar
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